O Conselho Federal da OAB pediu a Corregedoria Nacional para investigar conduta ética em reclamação disciplinar com repercussão nacional.
De acordo com informações divulgadas pelo @portalg1, a OAB solicitou formalmente o afastamento do promotor de Justiça Douglas Chegury. O episódio ocorreu durante um júri em Alto Paraíso de Goiás, próximo ao Distrito Federal, quando ele ofensivamente chamou a advogada Marília Gabriela Gil Brambilla de feia. Tal atitude gerou indignação e o Conselho Federal da OAB tomou providências imediatas.
O Conselho Federal da OAB enviou uma solicitação de afastamento do promotor ao corregedor nacional do Ministério Público, Ângelo Farias. É fundamental que casos de desrespeito como esse sejam tratados com rigor, garantindo o respeito mútuo entre as partes envolvidas no processo jurídico. A atuação da OAB é essencial para manter a ética e a dignidade no exercício da advocacia e da magistratura.
OAB pede investigação após advogada ser insultada em audiência
Caso ganhou grande repercussão nacional após a advogada se sentir ofendida com as palavras do promotor. Ao g1, o promotor disse que durante todo o julgamento a profissional foi desrespeitosa e que ela tinha como objetivo suspender o júri. Segundo ele, o gesto dela de mandar um beijo para ele o irritou. O pedido da OAB foi feito na última terça-feira (2).
O presidente da ordem, Beto Simonetti, afirmou no pedido que sempre atuará em favor de qualquer colega de profissão atacado. O ofício encaminhado ao MP ressalta ainda que, o pedido não se resume apenas as ofensas ditas pelo promotor, mas sim por desvios de conduta e abusos de autoridade em outras situações, sendo uma ameaça à integridade e à dignidade da advocacia.
Conselho Federal da OAB solicita informações sobre denúncias e representações
Segundo o Beto Simonetti, a conduta do promotor foi exagerada, autoritária e agressiva. De acordo com a OAB, foram solicitadas informações sobre denúncias e representações feitas contra o promotor.
Uma reclamação disciplinar contra Douglas Chegury foi instaurada na última semana pelo MP. Relembre o caso Promotor chama advogada de ‘feia’ e diz que não a beijaria durante audiência Douglas Chegury chamou a advogada de ‘feia’ durante uma sessão de Tribunal do Júri na Comarca de Alto Paraíso de Goiás, em 22 de março, no Entorno do Distrito Federal.
Áudio revela tensão entre promotor e advogada durante julgamento
Em um áudio, é possível ouvir que, durante uma discussão, o promotor falou para a advogada Marília Gabriela Gil Brambilla que não a beijaria (ouça trechos acima). Ao g1, o promotor argumentou que a advogada tinha a intenção de anular o júri e, por isso, o interrompeu por diversas vezes e, nos momentos de fala dela, agia com ironia e ‘mandou um beijo’ para ele, momento em que ele disse que não a beijaria.
‘Na parte final do julgamento, ela sentou próximo de onde eu estava falando e me ofendeu mais uma vez. Provocou de forma sarcástica e fez o gesto com a boca, como quem está mandando um beijo. Aquilo me deixou revoltado. Eu tenho um casamento de 25 anos. Tenho uma esposa, eu tenho filhos. Eu falei para ela: ‘Olha, eu aceitaria um beijo de qualquer pessoa aqui, menos da senhora, até porque a senhora é feia’’, contou o promotor.
Advogada relata situação inédita em 22 anos de carreira
A advogada desabafou nas redes sociais sobre o caso e disse nunca ter vivido algo parecido em 22 anos de atuação na advocacia. ‘Fiquei preocupada porque aconteceram coisas surreais ontem, durante o plenário de um tribunal do júri. Eu fui ofendida de uma forma que fui até surpreendida pela ofensa […] eu tenho 22 anos de carreira, isso nunca tinha acontecido’, disse Marília.
No áudio é possível perceber que os ânimos se exaltaram após a fala do promotor. A advogada pediu a anulação imediata do júri e chegou a pedir a prisão dele. Chegury argumentou que também foi ofendido durante a sessão e alguém retrucou alegando que foram argumentos técnicos.
Neste momento, Chegury disse que também ofenderia tecnicamente e disse que a advogada não era esteticamente bonita. Antes disso, ele também retrucou a advogada que gritou que havia sido chamada de feia. O promotor perguntou: ‘Eu menti?’. O Ministério Público de Goiás disse na semana do caso que ‘os fatos serão apurados pelos órgãos disciplinares competentes’.
OAB-GO repudia declarações misóginas do promotor e exige investigação
Após a discussão, uma das juradas se levantou e, por isso, a sessão foi anulada. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) repudiou as declarações do promotor, considerando-as como misóginas. A OAB-GO narrou que a conduta do promotor violou a ética profissional e irá ‘agir de modo a assegurar uma investigação criminal e administrativa adequada em relação ao ocorrido e a fomentar um ambiente jurídico de respeito e igualdade’ (leia nota completa no fim da reportagem).
Fonte: © Direto News
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